06 Nov
Festival de Brasília homenageia os trabalhadores da Sétima Arte

Crédito: Divulgação

O grande homenageado de 2019 será o ator Stepan Nercessian, com 49 anos de carreira. Marco Belloccio, Vladimir Carvalho e Daniel Filho terão suas obras exibidas nas sessões Hors-Concours. Pessoas que dedicaram suas vidas em prol do Brasil também serão reverenciadas

Cinema é arte, mas também um ofício. Ou melhor, vários ofícios na frente e atrás das câmeras. Por isso, o 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro celebra os trabalhadores da Sétima Arte, a começar pelo grande homenageado desta edição, o ator Stepan Nercessian, passando pelos filmes de Abertura e Encerramento, a sessão Hors-Concours, as Sessões Especiais, a Medalha Paulo Emílio Salles Gomes e o Prêmio da Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV).

Nascido em Cristalina (GO), Stepan Nercessian ingressou no meio artístico no fim dos anos 1960 e estreou como ator profissional no longa-metragem Marcelo Zona Sul, em 1970. Com 49 anos de carreira, acumula inúmeros trabalhos, marcou presença em várias novelas e mais de 40 filmes no cinema, além de participações no teatro.

Eclético, Nercessian atuou em longas-metragens como A Rainha Diaba (1974) e Lúcio Flávio, o passageiro da agonia (1977); além de Memórias póstumas (2001), Chega de saudade (2008), entre tantos outros. Em 2019, recebeu o prêmio de melhor ator do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro por sua performance memorável em Chacrinha: O Velho Guerreiro (2018).


Hors-concours

Muito além de narrar boas histórias, há autores que optam por dedicar suas vidas à manufatura cinematográfica. Isso se traduz na excelência do cinema brasileiro. Para celebrá-lo, o Festival de Brasília destaca três produções:

Filme de abertura: O traidor, de Marco Bellocchio

Entre tantos filmes da recente e prolífica safra do cinema brasileiro, diversos títulos trazem em sua gênese o DNA internacional. Coprodução entre Itália e Brasil, além de Alemanha e França, O traidor, dirigido por um dos grandes mestres do cinema contemporâneo, Marco Bellocchio, e coproduzido pela Gullane Filmes em associação com Telecine e Canal Brasil, estreou no 72º Festival de Cannes e será exibido pela primeira vez no Brasil na Cerimônia de Abertura do 52º Festival de Brasília.

Filme de encerramento: Giocondo Dias – Ilustre clandestino, de Vladimir Carvalho

O filme que encerra o 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro apresenta parte da trajetória de Giocondo Dias, militante de esquerda que passou dois terços de sua vida na clandestinidade.

Quem narra sua história é Vladimir Carvalho, um dos maiores nomes do cinema brasileiro, diretor de obras seminais como O país de São Saruê, Conterrâneos velhos de guerra e Barra 68, por meio de relatos de testemunhas que conviveram com ele, além de uma rara entrevista do próprio militante.


Sessão Hors-Concours: Boca de Ouro, de Daniel Filho

Daniel Filho e Nelson Rodrigues. Um gigante do cinema brasileiro e um gênio da literatura. Mais de 50 anos depois do primeiro contato do cineasta com a história do temido bicheiro carioca, quando interpretou Leleco na versão de 1963 de Boca de Ouro no cinema, Filho comanda uma releitura cinematográfica da peça homônima de um de nossos maiores contadores de histórias e um dos mais agudos observadores do caráter e das contradições do brasileiro.


Sessões Especiais

Em 2019, as Sessões Especiais homenageiam pessoas que, cada uma a seu modo, dedicaram suas vidas ao cultivo do Brasil. Conheça as obras:

-> José Aparecido de Oliveira, de Mário Lúcio Brandão Filho e Gustavo Brandão

“O Aparecido, ele faz parte dessa geração que tinha brasilidade na alma. Ainda mais como mineiro, ele tinha um sentimento muito grande de aglutinação”. Assim Fernanda Montenegro começa seu relato sobre o jornalista, deputado federal, secretário de Estado, ministro, governador e embaixador José Aparecido de Oliveira. As palavras da atriz definem com maestria o tom do documentário dirigido por Mário Lúcio Brandão Filho e Gustavo Brandão sobre uma importante figura política e diplomática do Brasil.

-> Campus Santo, de Márcio Curi

No Brasil do final dos anos 1980, os sonhos dos anos 1960 não fazem mais sentido para jovens que se sentem perdidos quanto ao seu futuro e ao do país, imerso em profunda crise política e econômica.

Em homenagem póstuma a Márcio Curi, realizador pioneiro na produção cinematográfica do Distrito Federal, que deu importante contribuição ao desenvolvimento do audiovisual brasileiro, tanto nas missões da política cinematográfica quanto no apoio a novos talentos brasilienses, o Festival de Brasília realiza Sessão Especial de seu filme inédito.


Medalha Paulo Emílio Salles Gomes

Criada pelo Festival de Brasília em 2016, a medalha Paulo Emílio Salles Gomes reverencia os grandes nomes do cinema brasileiro. Entregue anualmente a figuras importantes da construção histórica do audiovisual nacional, a premiação é concedida na noite de abertura do Festival de Brasília e homenageou, em sua entrega inaugural, o crítico Jean-Claude Bernardet; em 2017, o cineasta Nelson Pereira dos Santos; e, em 2018, o crítico e professor de cinema Ismail Xavier e um dos idealizadores do Festival de Brasília, o arquivista Walter Mello.

Nesta edição, o Festival concede a medalha Paulo Emílio Salles Gomes a Fernando Adolfo. Membro da Academia Brasileira de Cinema e integrante da equipe que criou a Primeira Semana do Cinema Brasileiro, hoje Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, e coordenador-geral do evento por vários anos, o baiano Fernando Adolfo foi ainda integrante de comissões de seleção e jurado de diversos festivais de cinema, programador do Cine Brasília, diretor do Polo de Cinema do DF, secretário-executivo do Conselho de Cinema e Vídeo do DF (CONCIVI), membro do Conselho de Cultura e do Fórum dos Festivais do Brasil.


Prêmio ABCV

Em 2019, a Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo (ABCV) homenageia a professora, pesquisadora e documentarista alagoana Debora Diniz. Com graduação, mestrado e doutorado em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB), ela tem ampla formação, tendo realizado especializações em instituições como University of Michigan (EUA), University of Toronto (Canadá) e University of Leiden (Holanda). Suas áreas de atuação são gênero, direitos humanos e bioética, sendo uma das fundadoras da Anis – Instituto de Bioética.

Além do extenso currículo na área acadêmica, ela dirigiu nove documentários com temas de direitos humanos, os quais ganharam 60 prêmios e estiveram em diversos festivais no Brasil e no mundo.

Desde 2018, Debora vive em exílio devido às ameaças de morte pelo seu trabalho em defesa da descriminalização do aborto e está incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos do Governo Federal.


*Todas as informações da 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro estão disponíveis em www.festivaldebrasilia.com.br


Informações para a imprensa:

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