O último dia do 3º Ambiente de Mercado, parte do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, colocou frente a frente, nesta quarta-feira (27), agentes da cadeia produtiva do audiovisual e players do mercado, que falaram sobre linhas editoriais, curatoriais e as principais tendências para o setor.
Janaína Tadeu, gerente de aquisições e conteúdo do Arte1, canal dedicado exclusivamente à cultura, convidou os participantes a apresentarem suas ideias. Explicou que um dos desafios do canal é ampliar a plateia, atingindo mais telespectadores da classe C, sem perder em qualidade nem fazer concessões para o cardápio das TVs abertas, mantendo-se fiel à programação já apresentada.
Na grade da TV fechada desde 2013, presente nos pacotes básicos de todas as operadoras, o Arte 1 investiu cerca de R$ 30 milhões nesse período em 40 projetos com recursos próprios, do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e de patrocinadores. "O conteúdo que veiculamos não foi pensado por nós, mas veio de produtores que nos procuraram", explicou Janaína, passando rapidamente pelos princípios editoriais da grade de programas. Qualidade, originalidade, apuro estético de imagem com abertura para experimentações dão os contornos da programação ideal.
As séries têm oito "slots" (janelas) na programação, com espaço para quatro produções com capítulos de 26 minutos e outros quatro com duração de 52 minutos. O número de capítulos? "Preferimos discutir isso caso a caso. Há histórias que são bem contadas em quatro, outras demandam 13. A gente conversa", garante a executiva, que mantém negócios no Sudeste (Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais), em Santa Catarina, no Pará e no Distrito Federal. "Meu sonho é completar o mapa do Brasil e buscar pluralidade", afirmou.
Outro player que compareceu foi Luciano Patrick, da produtora paulista Coração da Selva, que coleciona sucessos em 15 anos de atuação, como os longas Contra todos (2003) e Praia do Futuro (2014), a série Antônia (2012), com a O2, exibida na TV Globo, e um Emmy Kids para a série Pedro e Bianca (2012), exibida pela TV Cultura de SP. Patrick manifestou interesse por temas mais sensíveis, que abordem, por exemplo, questões de gênero. "Damos muita atenção a projetos que aparecem com esse conteúdo. Queremos também produzir uma websérie com uma moçada nova com quem trombamos em rodadas de negócios como a que houve aqui", conta.
O Ambiente de Mercado abriu espaço para grandes ideias de pequenos e grandes produtores. É o caso da distribuidora Descoloniza Filmes, que não teme trabalhar às margens do mercado, com filmes de autores de dentro e fora do Brasil. Iribá Machado, que há dez anos trabalha com cinema, colocou o negócio adiante no ano passado “sem medo de ser feliz”. Há poucos dias, fechou a primeira negociação com a Netflix para exibição do documentário Carta para Além dos Muros, em cartaz recentemente no Cine Brasília.
Iribá quer investir também em salas pequenas e cineclubes. “Ver um filme é bom, mas pode ficar melhor ainda com uma conversa ou debate depois. Talvez uma livraria com livros de pequenas editoras. Um café? Ideias que ficam novas quando a gente descoloniza”, completa.
Conheça a programação completa do 52º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro aqui: http://www.festivaldebrasilia.com.br/programacao
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